Economia E Finanças Aula 02

Economia, Escassez e Fatores de Produção

• Economia e Escassez: A ciência econômica busca um equilíbrio entre desejos ilimitados e recursos limitados, visando gerir eficientemente bens e recursos escassos para satisfazer as necessidades humanas.
• Padrão de Vida e Produtividade: O padrão de vida de um país está intrinsecamente ligado à sua capacidade de produzir bens e serviços. O padrão de vida, medido pelo PIB per capita, varia significativamente entre os países, sendo que os países mais desenvolvidos apresentam um PIB per capita de dez a vinte vezes maior do que os países mais pobres. A produtividade, que se refere à quantidade de bens e serviços produzidos por hora de trabalho, é essencial para alcançar bons níveis de padrão de vida.
• Fatores de Produção: A produtividade está diretamente relacionada à produção de bens e serviços. Os insumos utilizados nesse processo são chamados de fatores de produção, que incluem:
  • Terra (Recursos Naturais): Todos os recursos existentes na natureza, como recursos minerais, solo, subsolo, recursos hídricos, recursos animais e vegetais.
  • Trabalho: A força de trabalho oferecida ao mercado, tanto especializada quanto não especializada.
  • Capital (Bens de Capital): Recursos financeiros, máquinas, equipamentos, instalações e edifícios que contribuem direta ou indiretamente para a produção de bens e serviços.
  • Tecnologia: O know-how, conhecimento e capacidade de inovação que geram um diferencial para produtos ou serviços.
  • Capacidade Empresarial: A habilidade de gerenciar os fatores de produção de forma eficiente para maximizar os recursos e elevar o lucro da empresa.
• Remuneração dos Fatores de Produção: Cada fator de produção possui uma remuneração correspondente:
  • Terra: Aluguel
  • Trabalho: Salário (fixo, variável ou misto)
  • Capital: Juros
  • Tecnologia: Royalties (para tecnologia patenteada) e direitos autorais (para propriedade intelectual)
  • Capacidade Empresarial: Lucros

Setores de Atividades Econômicas

Os setores de atividades econômicas podem ser divididos em três principais:

• Setor Primário: Este setor corresponde a 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 e abrange atividades relacionadas à exploração de recursos naturais, como *agropecuária- e extrativismo (vegetal e mineral). Ele serve como base para a captação de insumos para a indústria de transformação.
• Setor Secundário: Este setor corresponde a 25,5% do PIB brasileiro em 2024 e é responsável pela *transformação de insumos em produtos industrializados- destinados ao consumo, como roupas, automóveis, geladeiras, alimentos e cimento.
• Setor Terciário: Este setor é o maior, correspondendo a mais de 67,4% do PIB brasileiro em 2024, e engloba a prestação de serviços como saúde, educação, telecomunicações, serviços bancários, serviços de limpeza e transporte.

Tipos de Bens

Os tipos de bens podem ser classificados de acordo com o seu caráter, função e natureza.

Os bens podem ser:

• Bens Livres: São úteis e não possuem preços. Existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos sem nenhum esforço na natureza, como a luz do Sol.
• Bens Econômicos: São úteis, mas possuem preços, são escassos e exigem esforço humano para serem obtidos.

De acordo com a sua natureza, os bens podem ser:

• Bens Materiais (ou produtos): São tangíveis, podem ser estocados, como roupas, alimentos e livros.
• Serviços: São intangíveis e não podem ser estocados, como o serviço de um médico.

Os bens materiais classificam-se em:

• Bens de Consumo: São usados diretamente para satisfazer as necessidades humanas.
  • Bens de consumo duráveis: carros, móveis, eletrodomésticos.
  • Bens de consumo não duráveis: alimentos.
• Bens de Capital: São bens de produção que permitem produzir outros bens, como equipamentos, computadores e edifícios.

Tanto os bens de consumo quanto os bens de capital são classificados como:

• Bens Finais: São bens acabados que já passaram por todas as etapas de transformação possíveis.
• Bens Intermediários: Precisam ser transformados para atingir a sua finalidade principal, como o aço e o vidro usados na produção de carros.

Quanto à posse, os bens podem ser:

• Bens Públicos: Não exclusivos e não disputáveis, fornecidos pelo setor público, como transporte, segurança e justiça.
• Bens Privados: Exclusivos e disputáveis, produzidos e possuídos privadamente, como carros e computadores.

Atividade

1. Como poderiam ser classificados os bens livres e bens econômicos (Bens de consumo, durável, não durável, de capital, intermediário) de acordo com os critérios dos bens abaixo?

2. O que são Bens sucedâneos, supérfluos? Dê exemplos.

Bens sucedâneos, também chamados de bens substitutos, são aqueles que podem ser utilizados em lugar de outros, pois cumprem funções semelhantes. Quando o preço de um bem sobe ou ele se torna escasso, os consumidores tendem a recorrer a um sucedâneo como alternativa viável. Por exemplo, a margarina pode ser usada no lugar da manteiga, o café pode substituir o chá, e o gás de cozinha pode ser trocado por energia elétrica ou lenha para cozinhar.

Já os bens supérfluos são aqueles considerados não essenciais, ou seja, não são indispensáveis para a satisfação das necessidades básicas. Seu consumo geralmente está associado ao aumento da renda e ao desejo por conforto, status ou luxo. Exemplos incluem perfumes importados, joias, roupas de grife e aparelhos eletrônicos com funcionalidades além do necessário. Esses bens refletem o padrão de consumo em sociedades com maior poder aquisitivo.

3. O que significa dizer que os alimentos são consumidos de forma econômica?

Dizer que os alimentos são consumidos de forma econômica significa que eles são bens escassos, úteis e possuem valor de mercado, ou seja, exigem esforço humano para serem produzidos, distribuídos e adquiridos.

4. A crise que atingiu o mercado de trabalho com a pandemia de coronavírus não chegou a alguns setores, que precisam de reforços. Enquanto o Brasil registrou o recorde de 14 milhões de desempregados, empresas dessas áreas disputam profissionais e se queixam da dificuldade em encontrar mão de obra especializada….

O setor de Tecnologia da Informação demonstrou notável resiliência durante a pandemia, sustentado por fatores estruturais que evidenciam sua crescente relevância na economia. O avanço da digitalização forçou empresas a modernizarem seus processos, ampliando a contratação direta de desenvolvedores e priorizando soluções internas de software. Essa transformação, somada à expansão constante do mercado, impulsionou a criação de empregos mesmo em um cenário adverso, com saldo positivo de vagas formais e uma demanda crescente por profissionais especializados — especialmente desenvolvedores e engenheiros de software. No entanto, esse cenário favorável expõe um grande desafio: a escassez de mão de obra qualificada, resultado da defasagem entre a formação acadêmica e as exigências práticas do mercado. Assim, o setor de TI não só se consolidou como motor de recuperação econômica, mas também revelou a urgência de políticas educacionais mais alinhadas às novas competências digitais.

5. A crise faz crescer a diferença salarial por anos de experiência, reflexo do desemprego, conforme mostra na tabela da reportagem. Faça breve comentário.

A crise amplia a diferença salarial por experiência porque as empresas priorizam profissionais mais experientes, considerados mais produtivos e com menor risco. Isso dificulta a inserção de iniciantes e pressiona seus salários para baixo, acentuando desigualdades no mercado de trabalho.