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Economia E Finanças Aula 01

Economia e Finanças

Como sabemos, Economia vem do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei). Assim, vemos que Economia é administração da casa pública.

É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade utilizam os recursos escassos, distribuindo-os às pessoas desta mesma sociedade, buscando satisfazer as necessidades humanas.

Introdução

Não há autosuficiência quando se trata de disponibilidade dos recursos para satisfazer as necessidades da população. Nenhum país chegou a um nível econômico que pudesse satisfazer estas questões.

A escassez de recursos obriga os políticos ou organizações econômicas a realizarem suas escolhas a partir de três principais questões:

  • O que e quanto produzir;
  • Como produzir;
  • Para quem produzir.

Estas questões, quando respondidas, irão resultar em como a sociedade resolve os problemas econômicos fundamentais. A isto, surgiram duas frentes econômicas: Capitalismo e Socialismo.

Capitalismo

Sistema capitalista, ou economia de mercado descentralizado, é onde o governo atua pouco, permitindo uma livre iniciativa e concorrência, dando os fatores de produção aos empresários.

Assim, acredita-se que as empresas oferecerão os produtos e serviços de acordo com a demanda do mercado.

No entanto, existem determinados momentos em que há a necessidade de intervenção do Estado.

Socialismo

Sistema socialista, ou economia planificada, é onde existe uma grande intervenção do governo, sendo o Estado que define o quanto, como e onde devem ser produzidos os bens comuns para a sociedade.

As decisões saem das mãos dos empresários e passa a ser do governo, onde ele dita qual é a oferta (já não sendo mais necessária a demanda - tem o que o governo quer que seja ofertado).

O problema é que o Estado não é conhecido por tomar decisões rápidas e que, de fato, sejam aquilo que a população quer (podendo, ou não, ser o que a população precisa).

Outras vertentes

Dentro das formas de organização econômica temos hoje as seguintes:

  • Economia de Mercado (Capitalismo)
  • Economia Centralizada (Socialismo)
  • Propriedade Privada
  • Propriedade transferida ao Estado
  • Livre negociação
  • Planificação Centralizada

No entanto, outros estudos econômicos buscam trazer soluções para as falhas presentes nos dois sistemas mais conhecidos. Falarei sobre o Distributismo e a Economia de Francisco e Clara abaixo.


Atividade

  1. Qual é o melhor sistema econômico: capitalista ou socialista? No Brasil qual sistema econômico atual?
  2. “A economia estuda as desigualdades sociais e a atualidade da luta pela sobrevivência”, dê sua opinião sobre a frase.
  3. Cite as vantagens e desvantagens da atual cotação do dólar? Quais setores são afetados?
  4. Qual é a estratégia do governo atual no cenário econômico do Brasil?
  5. Quais as consequências do aumento da taxa Selic?

Minhas respostas

  1. Estamos longe de encontrar um sistema econômico que seja “melhor”. Enquanto o Capitalismo acaba promovendo um aumento na desigualdade, onde o poder de produção fica nas mãos de poucas pessoas e a maioria, isto é, o povo, acaba tendo que se virar com baixo salário e preços abusivos dos produtos e serviços.

Não bastasse isso ser ruim, o socialismo consegue ser pior. Enquanto no capitalismo ainda há a possibilidade de, pelo trabalho árduo, haver um crescimento, o socialismo nivela toda a população por baixo, ficando a mercê de um Estado que diz ser a favor da população, mas acaba podendo perder seus bens pessoais em “prol da sociedade”.

Assim, outras vertentes acabam surgindo para tentar contornar estes problemas dos dois sistemas.

  • Distributismo:

    • Apresenta uma alternativa para o capitalismo e socialismo.
    • Surgiu na Inglaterra, por estudos de Hilaire Belloc e G. Chesterton.
    • Seus pontos chave:
      • Propriedade Privada: considerando-a como o nível básico de garantia de liberdade política e de sustento humano;
      • Descentralização: sobretudo dos meios de produção, buscando uma evolução da empresa familiar e local;
      • Subsidiariedade: Onde cada pessoa, de acordo com suas possibilidades possam resolver o que estiver ao seu alcance, sem a necessidade de intervenção do Estado, utilizando-o como última instância.
      • Justiça: Para que os salários sejam justos e cada um receba conforme o que foi acordado corretamente.
    • Sua crítica ao capitalismo é por este modelo concentrar os meios de produção na mão de poucos, visando a maximização do ROI, abusando dos trabalhadores e sacrificando o bem comum.
    • Já para com o socialismo, o rejeita por retirar a Propriedade Privada e colocá-la nas mãos do Estado.
    • Foi aplicado numa Corporação de Cooperativas Mondrágon na Espanha e na Itália na Economia Distributista de Emilia-Romagna.
  • Economia de Francisco e Clara:

    • Busca construir uma economia focada nos valores Franciscanos e Claretianos (vertentes monásticas da fé católica).
    • Ainda em estudo, nunca foi aplicada - sendo considerada por alguns uma economia utópica, que nunca irá acontecer.
    • Seus pontos chave:
      • Ecologia Integral: Reconhece as relações humanas, sociais, ambientais, políticas e econômicas, visando a garantia de sua dignidade e respeitando todos os seres (fauna e flora).
      • Desenvolvimento Integral: Alinha o desenvolvimento (social, tecnológico e histórico) a partir do olhar da criação, buscando não afetar, de maneira usurpadora, a terra que habitamos.
      • Bens comuns: Defende os bens comuns contra o neoliberalismo, criticado nesta economia por priorizar o capital e o mercado, visando a garantia dos direitos sociais.
      • Comunidades como saída: Valoriza as territorialidades e práticas econômicas construídas no cotidiano, focando em descolonização e reparação histórica.
    • Diferente do Distributismo, que se assemelha ao capitalismo, a Economia de Francisco e Clara se assemelha mais ao socialismo.
    • No entanto, além de criticar as diretrizes Capitalistas, também se mostra contra a alguns princípios socialistas, buscando dar ao povo o seu próprio sustento, assemelhando-se com o Distributismo na Subsidiariedade e na Propriedade Privada.

Assim, fica impreciso dizer qual sistema é o melhor, mesmo adicionando novas variáveis além das duas principais. Vivemos, hoje sob o sistema capitalista, e podemos dizer, baseado em experiências passadas, que “vivemos bem” - no cenário tecnológico que vivemos. Mas, ainda assim, há muita desigualdade, há muita necessidade básica que não vem sendo contemplada para boa parte da sociedade.

  1. Essa frase pode ser explicada a partir dos problemas principais que a Economia tenta combater. Sendo uma ciência social, ela estuda como a sociedade aloca os recursos escassos para satisfazer a sociedade. Assim, estando a luta pela sobrevivência diretamente ligada a necessidade da população, ela acaba estudando ambas as questões.

Não somente na parte da alocação dos recursos escassos, mas todo o sistema do mercado de trabalho, devendo estudá-lo para garantir uma maior justiça nos valores salariais, sem distinção senão pelo cargo.

Assim, as diferentes abordagens econômicas refletem e tentam mitigar as disigualdades buscando garantir uma distribuição mais justa dos recursos e dos valores dispersados ao povo.

  1. O contexto atual mostra uma cotação muito alta perante a moeda brasileira. Isso faz com que o mercado brasileiro seja muito dependente do excesso de liquidez no mercado internacional, reduzindo o fluxo de capital para o nosso próprio país.

Isso traz uma tremenda instabilidade política sobretudo com as eleições presidenciais ocorridas nos EUA no ano passado. Empresas que operam em dólar, como o mercado de ações, acabam sofrendo com isso.

Exportação e todo o mercado de comódities brasileiro sofrem com uma alta nos preços (para manter o padrão) e isso é refletido na população.

  1. Taxar os ricos (e as compras da Shein).

  2. A taxa Selic é um instrumento fundamental para a política econômica do Brasil, utilizada principalmente para controlar a inflação. O seu aumento tem, por consequência, a desaceleração do consumo e do investimento, gerando uma estagnação ou até mesmo desaceleração do crescimento econômico no país.

No entanto, pode levar também a aumentar a estabilidade dos preços, evitando de levar a crise econômica até a população. Isto pode atrair investimentos externos, mas pode - como tampar um vazamento com uma rolha - acabar explodindo de vez a economia brasileira.